Por João Davi Minuzzi, Débora Nunes de Sá, Darlan Damasceno e Sara Fritz
Ocorreu entre os dias 22 de Julho e 27 de Julho, em Florianópolis-Brasil, a 3ª edição do Congresso Mundial de História Ambiental (World Congress of Environmental History). O evento acontece de cinco em cinco anos e teve suas duas primeiras edições em Copenhague (Dinamarca 2009) e Guimarães (Portugal-2014). O evento é organizado pelo International Consortium Of Environmental History Organizations (ICEHO), sendo a sua terceira edição organizada internamente por pesquisadores de diversas universidades brasileiras. As atividades do evento ocorreram nas instalações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Cerca de 300 pesquisadores participaram do evento, representando pelo menos 35 países de todos os continentes. Os países que tiveram mais representação foram o Brasil, os Estados Unidos, o Reino Unido, a Alemanha, a Colômbia e a China, mas participantes de países tão diversos como Romênia, Índia e Lesoto também se fizeram presentes, mostrando uma expansão e consolidação da História Ambiental ao redor do mundo e enriquecendo as discussões sobre o fazer História. Ao longo dos seis dias de evento os participantes puderam participar das apresentações de trabalho, conferências, reuniões de associações, venda de livros e saídas de campo.
A conferência de abertura foi realizada por Brigitte Baptiste, uma ecologista queer da Colômbia que falou sobre as temáticas ambientais e de gênero. Outra fala importante durante o evento foi do advogado norte-americano Robert Bilott. Além deles, diversos nomes consagrados da História Ambiental mundial estiveram presentes no evento. Durante suas apresentações ou em conversas informais, jovens pesquisadores do mundo inteiro puderam trocar experiências entre estas gerações.
As sessões tiveram temas bastante diversos que versavam sobre desastres, energia, animais, plantas, rios, urbanização, políticas ambientais, ambientes marinhos, etc. As pesquisas se referiam a lugares e tempos variados e muitas possuíam caráter interdisciplinar, que além de dialogar com as Ciências Naturais abordavam aspectos políticos, de gênero e de outros temas importantes da atualidade.
Nos dias do evento, algumas reuniões foram realizadas. Grupos como a Sociedade Latino Americana e Caribenha de História Ambiental (SOLCHA), a Women’s Environmental History Network (WEHN) e a Association for East Asian Environmental History (AEAEH) puderam realizar suas reuniões. Membros de importantes grupos como a Forest History Society, a American Society for Environmental History (ASEH) e o Rachel Carson Center for Environment and Society, também estiveram presentes. Ao final do evento, a presidente do ICEHO, Verena Winiwarter, passou o seu cargo para o novo presidente eleito, Graeme Wynn, que será um dos responsáveis pela organização do próximo Congresso Mundial de História Ambiental, previsto para 2024 e ainda sem um local definido.
O 3º Congresso Mundial de História Ambiental encerrou como um importante evento para a área em âmbito global, consolidando e ampliando redes entre pesquisadores do mundo inteiro. Para os pesquisadores brasileiros, o momento foi de suma importância para mostrar o crescimento e a qualidade das pesquisas realizadas no país. Além disso, o evento deixa sua marca ao ocorrer pela primeira vez fora de território europeu e, em especial, em um país do sul global, sendo um marco importante especialmente aos historiadores latino-americanos. O evento ocorrer no Brasil demonstra a pluralidade da pesquisa histórica e a expansão da História Ambiental, um campo historiográfico ainda muito recente na historiografia global.
Os bolsistas do nosso projeto estiveram presentes nesse importante evento. Alguns registros:
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